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diálogos garimpeiros a respeito de putas
Atualizado do "cabaré do Pelado" de Lampião
O som altíssimo do cabaré do
Pelado não para, dia e noite repetindo músicas de cantores populares,
especialmente Cesar Menoti e Fabiano que
esta na moda
Armado sobre uma pequena ilha de
Pedra, abaixo da currutela do Sudário, no Rio Marupa, na província do Tapajós, aquele
bizarro estabelecimento coberto de lona, dotado de gerador próprio, freezers e
as inevitáveis caixas de som, funciona 24 horas por dia, aproveitando o estouro
de ouro do filão do Piauí que acontece às proximidades.
Os garimpeiros gostam de botar na
beira, naquele cabaré e não é por menos, pois ali vale tudo, e oferece todos os
ingredientes indispensáveis à animação de uma farra prolongada: cerveja,
cachaça, maldita e um mulherio alegre composto de meninas bonitinhas em trajes
sumários que o Pelado mandou vir direto dos bordeis de luxo de Goiania.
Naquele ambiente cheio de
garimpeiros doidões, entre o som do Bartô, risadas das mulheres e o espocar de
tiros, esta bamburrando o Pelado, um cearense aloirado e franzino, pistoleiro
foragido, que desaconsoado com a concorrência desleal dos homens das botas
resolveu partir para a marretagem pesada até que montou o seu cabaré na ilha do
Jacaré no Rio Marupa.
Com o ouro correndo solto, o
clima é de euforia e extravagâncias. Peão bota com facilidade 20 gramas de ouro
para pegar cada uma das mais jovens. A maldita que o nosso empresário de
entretenimento tem sempre em boas quantidades, é vendida a peso de muito ouro
sem trocadilho. Na esteira daquela louca prosperidade, Pelado ainda aproveita
para traficar armas e munições, fechando assim, o círculo dos seus negócios de
altíssima periculosidade, que no garimpo, não passa de um simples meio de vida,
que qualquer um poderia escolher livremente, garantido pela impunidade que vigora
nas selvas e a indiferença com que todos, indistintamente aceitam as mais
escabrosas irregularidades, desde que não lhe prejudicassem. É a lei do
garimpo.
Nas orgias romanas desregradas,
movidas a cachaça, cervejas e maldita, naquele inferno-paraíso, no meio do mato
não demora a se descontrolar de vez, resultando em orgias dignas do império romano
e como consequência em cerrados tiroteios, às vezes com a participação do
próprio Pelado.
Peão chega, bebe e fuma, compra
caixas de balas e começa a atirar desvairado. Naquela salutar atmosfera é de se
esperar que qualquer mal entendido ou estorvo, só pode resultar em mortíferos
tiroteios, sob o balanço do som gostoso da Roberta Miranda.
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