Se, da amostra colhida pelo
garimpeiro no cascalho, ou no filão, o ouro formar uma tocha amarela no fundo da cuia, após a bateação, é que o teor é
econômico para ele.
Se não formar, se não juntar as
pintas de ouro numa tocha unida, não adianta tentar, vai dar prejuízo.
Uma analise por laboratório pode
ate acertar, mas a chance de fracasso é enorme:
Um certo dia do ano de 2007, o
geólogo gaúcho José Alirio Lenzi detectou uma área rica no Tapajós, detalhando
um antigo trabalho da Rio Tinto de 1995; fez uma malha de solo com resultados
positivos e desceu trados no centro destas anomalias. Enviados para laboratório
no sul do pais, as amostras destes trados confirmaram altos teores de ouro: a
jazida estava achada.....!
Ele passou a negociar com
empresas estrangeiras, mas logo iniciou a famosa crise das bolsas de 2008 e
nenhum interessado sério apareceu.
Condenado a pagar as taxas de TAH
ao DNPM, ele procurou uma alternativa mais caseira: tirar o ouro e enriquecer.
Na prática, retirando ouro e não com papeis.
Mas sem capital para passar para
essa fase de lavra, compra de equipamentos, guia de utilização no DNPM, ele se
associou com uma empresa brasileira experiente em operações no Tapajós que
passou a continuar os trabalhos para preparar a extração do ouro já achado.
Contratado por essa empresa em
2012, eu fui com o geólogo do Lenzi ate o local; reencontramos os piquetes e os
locais dos trados, apesar dos seis anos decorridos. Tufo feito com zelo e
técnica conforme a Lei canadense 43101.
Mas uma coisa atraiu a minha
atenção. No local dos melhores trados analisados, havia poços de garimpeiros
iniciados e não concluídos, sem produção, abandonados antes mesmo de iniciar a
produção. Se tivessem esse teor informado pelo laboratório, os garimpeiros
estariam trabalhando e fazendo muito dinheiro.
Como não se podia duvidar da capacidade
do garimpeiro, nem da idoneidade da equipe do Lenzi e nem do laboratório com
certificação internacional, infiltrou-se a duvida: é que o ouro não juntou na
cuia, ou seja, o ouro testado pelos garimpeiros mostrou se fraco para eles
apesar do teor do laboratório ser altíssimo.
O laboratório analisa o ouro contido
na amostra, tanto o ouro livre como o ouro preso na pirita. Mas o garimpeiro só
consegue retirar o ouro livre
Abrimos outro poço bem em cima de
uma anomalia e DITO E FEITO, uma amostra de arenito piritoso rico em ouro, mas
impossível de ser lavrado de maneira artesanal por causa da pirita;
A Dúvida foi confirmada e o Resultado,
um Fracasso, mas um fracasso muito menor do que iniciar uma lavra com pesado
investimento sem o ouro estar livre e poder ser retirado.
Agora, o projeto só poderá ser
utilizado pelas Junior Companys, quando o mercado voltar a funcionar.
É por isto, que, se tiver o
intuito de lavrar ouro, não adianta analisar em laboratório. Basta fazer o
teste da cuia. Se tiver o intuito de vender para uma empresa estrangeira que
vai usar esses dados para inflar as ações, envie as amostras para o laboratório,
pois os canadenses não acreditam em teste empírico como este, só no
laboratório.
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