terça-feira, 17 de março de 2015

Partindo da definição, consegue se uma fórmula matemática da ESTUPIDEZ


















Parte 1
Parte 2
O Professor Cipolla usa um gráfico que se assemelha ao que segue:
 Onde:
I = inteligente
S = estúpido (do inglês stupid)
H = infeliz (do inglês hapless)
B = bandido
O eixo dos X’;s mede as vantagens ara si obtidas pelas ações de alguém.
O eixo dos Y’s mede as vantagens de outra pessoa (ou grupo).
Obviamente, as pessoas da região “I” são inteligentes, as pessoas da região “B” são bandidas, pessoas da zona “H” são desafortunadas ou azaradas, e pessoas da região “S” são estúpidas.
Também é bastante claro que, dependendo da localização no gráfico, a pessoa tenderá a um maior ou menor quociente de estupidez, inteligência, banditismo, etc. Pode-se desenvolver uma grande variedade de combinações, tais como as de bandidos espertos e bandidos estúpidos, dependendo da razão vantagem/prejuízo. (a quantidade de prejuízo, observa Cipolla, deverá ser medida pela perspectiva da vítima, não pela do bandido, o que faz com que a maioria dos ladrões e criminosos sejam considerados bastante estúpidos).
Suponho que daqui por diante cada um de nós possa utilizar este gráfico para estudar a estupidez e aplicar a Teoria de Cipolla em todas as suas múltiplas variantes possíveis.
Mas isso não é ainda o final de a historia.
Se traçamos uma linha diagonal através do gráfico, resulta que toda a zona que se encontra do lado superior direito corresponde a uma melhora no equilíbrio global do sistema, enquanto que os eventos (e as pessoas) do outro lado estão relacionadas a uma deterioração.
Ao estudar as variáveis em cada um dos quatros setores, pode-se fazer vários tipos de combinação, tais como: Sh e Sb, Ib e Ih, Hs e Hi, ou dividir o gráfico na quantidade de sub-setores que quiser.
Por exemplo, a linha “M” no lado inferior direito do gráfico, indica a posição do “bandido perfeito”: alguém que ocasiona exatamente tanto dano aos outros quanto vantagem para si. Obviamente, em ambos os lados da diagonal temos situações de bandidos “imperfeitos” – Bi corresponde a os “bandidos inteligentes” e Bs a “bandidos estúpidos”.
Em um mundo povoado exclusivamente por “bandidos perfeitos”, o sistema como um todo ficaria equilibrado; os danos e as vantagens se cancelariam mutuamente. O mesmo efeito ocorreria em um mundo povoado exclusivamente por pessoas “perfeitamente azaradas”.
É óbvio que as pessoas inteligentes são as que mais contribuem para a sociedade como um todo. Mas, por mais triste que possa parecer, os bandidos inteligentes também contribuem para uma melhora no equilíbrio da sociedade, pois provocam globalmente mais vantagens que danos. As pessoas “infelizes-inteligentes”, apesar de perdedoras individualmente, perdem também ter efeitos sociais positivos.
Sem dúvidas, apenas quando a estupidez entra em cena, é que o dano é consideravelmente maior que o beneficio para qualquer pessoa.
Isso comprova o ponto de vista inicial: o único fator perigoso em qualquer sociedade humana é a estupidez.
Como um historiador, Cipolla chama a atenção para o seguinte: se o fator de estupidez é constante através do tempo e do espaço, uma sociedade forte em ascensão tem uma porcentagem maior de gente inteligente, enquanto que uma sociedade que declina tem uma alarmante porcentagem de bandidos, um forte quociente de estupidez (sub-área Bs no gráfico) entre as pessoas em posição de poder, e uma igualmente alarmante porcentagem de Infelizes (áreaH) entre aqueles que não estão no poder.
Onde estamos agora? Essa é uma boa pergunta!
Cipolla também observa que as pessoas inteligentes geralmente sabem que o são; os bandidos também estão conscientes de sua condição, e mesmo as pessoas azaradas têm uma suspeita de que não estão bem. Mas as pessoas estúpidas não sabem que são estúpidas, e esta é uma razão a mais por que são extremamente perigosas.

Isso me remete, é claro, a dolorosa pergunta inicial: serei eu estúpido?

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